01 janeiro 2008

Gota, gotinha

Soprava um vento frio naquele enorme céu aberto por onde voavam divertidas, numa viagem sem rumo.

Saíra muito cedo, ainda de madrugada, de casa às escondidas da mãe, mal sabia que aquela que a criara tinha advinhado os pensamentos e desejos que lhe iam pela cabeça.

O seu sonho era conseguir percorrer a terra, conhecer povos e línguas diferentes, experimentar sabores e cheiros que nem imaginava existir.

A sua cabeça voava de um lado para o outro imaginando o que seria que ia acontecer, mas a sua corrida era cada vez mais vertiginosa.

Ui, ai, ui! Mas porque é que todos estão a correr e a se esconder? Eu só quero vos conhecer, falar um pouco e perceber o que vos faz sorrir.

Mas ninguém parava para a escutar, pobre gotinha!