21 fevereiro 2007

O Relógio

Tic tac, tic, tac, tic tac, o ponteiro bem sincronizado continua a sua caminhada pelos pontos que marcam os segundos naquele enorme mostrador no alto da torre por onde todos passam dia após dia. Uns correm por já irem atrasados para o trabalho, outros desesperam porque já passou tanto tempo da hora combinada e a pessoa que tanto esperam ainda não deu sinais da aparecer, outros resignam-se e sentam-se à espera que chegue a hora da sua partida.

Tic tac, tic tac, tic tac, este som repetido e compassado não deixa de entoar nos ouvidos daquele pequeno petiz, que de mão dada com a sua mãe chorava por uma simples guloseima.
- Não vês que está quase na hora de comeres? - apontando para o enorme relógio - Se te der o chocolate depois não vais querem comer mais nada.
- Mas mã... quero o chocolate...
- Vá despacha-te, deixa-me pegar-te ao colo, já estão todos lá fora à nossa espera.
E atravessam a praça num alvoroço do choro

Tic tac, tic tac, tic tac, a correria não diminui ao longo de todo o dia, mas com o andar dos ponteiros o Sol já rasgou o céu e prepara-se para descansar e o murmurinho também começa a diminuir. A velocidade dos que passam começa a reduzir vendo o ponteiro os corpos arrastaram-se no longo caminho para casa. Mas este tic tac não pára, nem pode parar, porque amanhã tudo vai voltar a acontecer. Até lá o tic tac, tic tac, tic tac mantém o seu compasso para mostrar a todos como o tempo não espera.

20 fevereiro 2007

Uma caminhada pelo amor

Tenho procurado o significado do amor. Uma busca que tem sido fascinante, onde pude descobrir o que amor acarreta para quem ama.

O amor é simples e pernicioso, pois oferece tudo, sem procurar obter de volta, mas torna-se mais intenso quando é respondido.

Continuei a buscar e encontrei um pássaro, que no seu chilrear criava canções de amor, amor ao seu Criador e a tudo quanto Ele lhe provia, e no seu saltitar mostrava o contentamento por poder ser amado por outro chilrear que se encontrava numa árvore não muito longe dali.

Mas a minha busca não parou ali, segui numa estrada que terminava à porta de um castelo. Era uma porta enorme e intransponível que parecem problemas que nos levam a esmorecer os sentimentos por alguém. Os dragões de muitas cabeças fumegam e quase que nos atingem com as suas labaredas. "São os espinhos da rosa do amor" diz-me um entendido, mas não queria acreditar e segui o meu caminho.

O caminho parece longo e estreito, com muitas montanhas, mas em cada recanto se encontra um local ode se pode descansar eapreciar um pouco mais do que é o amor.

O amor tem muitos significados, o amor tem muitas formas, o amor usa todos os sentidos, o amor conforta e aquece cada um dos seus peregrinos. E aqui percebi o que era, um pequeno peregrino no caminho do amor, até que descobri uma cadeira. Era uma cadeira muita diferente de todas as outras onde já tinha descansado, nesta cadeira ao sentar-me fechei os meus olhos e descansei.

Adormeci e fui levado a um sonho onde aparece uma figura esbelta, com uma silhueta que não me era estranha, uma figura que me acarinha e me diz palavras que me elevam a um patamar de algo que pensava não existir, foi aí que te conheci e percebi finalmente o que era o amor.