11 julho 2007

Um Certo Dia...

Um certo dia uma princesa corria pelo meio do trânsito da cidade poluída. As suas faces estavam coradas e quentes de tanta correria desengonçada para conseguir serpentear pelo meio dos carros, motas e pessoas.

Os sinais vermelhos eram todos verdes para ela, o que lhe importava era conseguir chegar a tempo. Onde? não sei bem, e penso que nem ela sabia, mas corria, corria.

O vestidinho branco e imaculado que a sua mãe lhe dera de mahã tornara-se cinza e manchado devido ao pó e à confusão do espaço corrido e pouco dado a pormenores como aquele por onde ela passava.

As suas mãos estavam fechadas, como se parececem algemadas por fios invisíveis a olho nú. Mas porque será que ela corre de mãos fechadas?

De quando em vez esboçava um olhar de ansiedade, será por não saber para onde ia? ou será por ainda não ter conseguido chegar?

Ela tinha sede e não podia parar para beber, porque tinha de continuar a correr, a correr como se não houvesse amanhã.

Ela continuava... mas, parou! A sua cabeça cabisbaixa começou a erguer-se e podemos ver um sorriso que se alargou para uma alergia contagiante. Levantou as mãos e delas saíu uma linda borboleta com asas douradas. Aquela borboleta que naquela manhã a tinha acordado quando pousou no seu nariz.